O turista que pegar seu carro, em uma
ensolarada tarde da primavera russa, saindo de Smolensk em direção à pequena
cidade de Katyn, pela excelente estrada P 120 verá, cerca de 20km após Smolensk,
à esquerda, duas simpáticas igrejinhas em estilo ortodoxo.
Se resolver parar no estacionamento, poderá contemplar uma placa, em russo e inglês, com os dizeres: Memorial de Katyn. A bucólica beleza do local esconde uma das muitas terríveis histórias da II Guerra Mundial.
Em 05/03/1940 a Polônia estava dividida entre o III Reich e a URSS. Na parte leste do ex-país, atuava a polícia secreta soviética, denominada Comissariado do Povo para Assuntos Internos (NKVD), chefiada por Lavrentiy Beria.
Neste dia o Sr. Beria, que na foto
abaixo aparece perto do chefe, ao fundo, com a filha deste no colo, pediu e Stalin autorizou
(com apoio de outros 3 membros do Politburo: Vyacheslav Molotov, Kliment
Voroshilov e Anastas Mikoyan), a execução de mais de 20 mil prisioneiros
poloneses, a nata militar do país, policiais e intelectuais.
Entre os meses de abril e maio daquele
ano a ordem foi cumprida e os corpos enterrados justamente no bucólico local,
hoje marcado pelo memorial.
A uma média de 250 por noite, os
prisioneiros foram executados com tiros na cabeça em salas acusticamente
isoladas. Os corpos eram colocados em caminhões que os transportavam para a
floresta.
Em 1943, quando a Alemanha já invadira a
URSS, as covas foram descobertas e uma grande operação de propaganda nazista
foi montada, inclusive com peritos de vários países e prisioneiros de guerra
como testemunhas, para denunciar o crime dos soviéticos.
Nas imagens abaixo os prisioneiros
poloneses, as covas coletivas onde foram enterrados, a exumação promovida pelos
alemães e os prisioneiros de guerra que foram trazidos pela Wehrmacht como
testemunhas do crime soviético.
Quando a URSS retomou o território, conduziu investigações fraudulentas nas quais as conclusões culpavam os alemães.
Várias investigações foram feitas e
sabe-se que Churchill e Roosevelt sabiam que os soviéticos eram os culpados.
Porém, no contexto da guerra, preferiram não culpar o aliado Stalin, em
detrimento da história verdadeira dos inimigos alemães. Os resultados que
culpavam os soviéticos foram ignorados ou censurados. A “operação abafa” durou,
surpreendentemente, até os anos 70, em plena Guerra Fria.
Apenas em 1989 a verdade veio à tona e
em 1990 o massacre foi admitido por Mikhail Gorbachev.
Nas imagens abaixo pode-se ver detalhes
do memorial. Sob as árvores, placas de metal sinalizam a localização das covas
coletivas das quais os corpos foram retirados. Ao final, a solicitação de
execução dos prisioneiros enviadas por Beria a Stalin.
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Fontes e Imagens:
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Lavrenti_Beria_Stalins_family.jpg
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/fe/KatynPL-kontury.jpg
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/dc/KatynPL-wejscie.jpg
http://en.auschwitz.org/m/index.php?option=com_content&task=view&id=758&Itemid=8
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/8f/Je%C5%84cy1.jpg
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/c1/Katyn_-_decision_of_massacre_p1.jpg
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/9a/Katyn_Massacre_-_Mass_Graves_2.jpg
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b8/Katy%C5%84%2C_ekshumacja_ofiar.jpg
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/82/Katyn_massacre_4.jpg
http://www.nydailynews.com/news/world/poland-commemorates-75th-anniversary-katyn-massacre-article-1.2172561
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