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terça-feira, 23 de julho de 2019

TEXTO: HISTÓRIA DO DIA 1


RODRIGO BÓRGIA É ELEITO PAPA!
Em um 11 de agosto, do ano de 1492, portanto dois meses antes da chegada de Colombo à América, terminava o Conclave que elegeu o futuro Papa Alexandre VI.
O novo Papa, nascido Rodrigo de Borja, nascera em 01 de janeiro de 1431 em Valência, Espanha e era sobrinho do Papa Calixto III que, na longa tradição de beneficiar a família através do papado, encaminhou a carreira do jovem Rodrigo.
Não que o rapaz fosse incompetente, pois se formara em Leis na Universidade de Bolonha, mas, com ajuda do tio Papa, foi elevado de bispo a Cardeal e Vice-Chanceler da Igreja tendo servido a nada menos que cinco Papas. Com a nomeação cardinalícia, Rodrigo entrou na linha de sucessão do trono de Pedro.
Em um tempo em que o voto de celibato não era exatamente o mais respeitado entre os clérigos, Rodrigo teve muitas amantes, duas delas famosas, Vanozza Catarei e Giulia Farnese, além de sete a oito filhos aos quais beneficiou de todas as formas possíveis dentro do alcance de seu cargo.
Giulia e Vanozza
A eleição, realizada na Capela Sistina, obra do Papa Sisto VI, contou com outros dois candidatos além de Rodrigo: Ascânio Sforza e Giuliano della Rovere. E, na melhor tradição dos conclaves da época, o espírito que inspirou o votos do Colégio Cardinalício era dourado como ouro!
Rodrigo Bórgia usou sua fortuna para doar grandes somas de dinheiro e terras aos eleitores e também negociou os principais cargos da Igreja para seduzi-los, além da cessão de bispados, arcebispados e dioceses que rendiam muito dinheiro para quem os comandasse.
Uma vez no posto tratou de nomear quase todos os homens da família como cardeais e acumular para seus filhos postos e fontes de riqueza. As mulheres também não escaparam de casamentos arranjados no interesse do poder familiar, sendo o exemplo mais eloquente a bela Lucrécia Bórgia, mal afamada filha do Papa.
Lucrécia
Naturalmente a oposição das tradicionais famiglias italianas foi ferrenha, mas contornada com ouro, casamentos, acordos dos mais diversos e até mesmo o veneno ou o punhal.
Girolamo Savonarola, que alcançou grande prestígio com suas pregações moralistas em Florença, acabou desacreditado e enforcado.
O que não impediu que o próprio Papa sofresse diversas tentativas de morte e perdesse um de seus filhos, Pedro, assassinado, com as suspeitas recaindo sobre o irmão Césare Bórgia, aquele a quem Maquiavel considerava exemplo de príncipe.
Césare Bórgia
Quando o Papa Bórgia, Alexandre VI morreu, suspeita-se que envenenado, a Césare também coube a honra da suspeita.
Vale mencionar ainda que foi durante o papado de Alexandre VI que foram assinados a Bula Inter Caetera e o Tratado de Tordesilhas, dividindo o Novo Mundo entre Portugal e Espanha.
Tratado de Tordesilhas






Jerusalem-Israel. Taken by Anabelle Harari. Return to Jerusalém.
AS CONTROVÉRSIAS SOBRE JESUS CRISTO
Este é um texto escrito por um cristão (nem católico, nem evangélico, nem espírita) que não deixa de acreditar em Jesus como Filho de Deus, nem se deixa levar pela fantasia religiosa. Aqui vamos abordar algumas controvérsias existentes sobre Jesus à luz da História e da lógica. Acreditamos que este é um momento oportuno para reflexões, de modo que faremos a nossa, na busca de incentivar cada um a fazer a sua própria.
Não há como negar que, na Judeia sob domínio romano, entre os reinados de Augusto e Tibério, viveu um judeu chamado Jesus. Que foi um bom homem, virtuoso, considerado sábio e seguido por muitos. Que foi condenado à morte na cruz pelo representante de Roma, Pôncio Pilatos, e que rumores sobre sua volta dos mortos circularam alguns dias depois da execução. Isso é Histórico e a fonte é o historiador judeu Flavio Josefo[1] (não-cristão, segundo Orígenes[2], e pró-romano, segundo Harold Bloom[3], logo insuspeito de apologia cristã, a meu ver), em texto traduzido de uma versão árabe, portanto sem os supostos enxertos cristãos posteriores:
Nessa época havia um homem sábio chamado Jesus. Seu comportamento era bom, e sabe-se que era uma pessoa de virtudes. Muitos dentre os judeus e de outras nações tornaram-se seus discípulos. Pilatos condenou-o à crucificação e à morte. E aqueles que haviam sido seus discípulos não deixaram de segui-lo. Eles relataram que ele lhes havia aparecido três dias depois da crucificação e que ele estava vivo [...] talvez ele fosse o Messias, sobre o qual os profetas relatavam maravilhas.[4]
Os detalhes de sua vida, porém, narrados pelos evangelistas, ou acrescentados pela tradição católica, apresentam controvérsias que geram conflitos há séculos. Vamos, aqui, abordar algumas delas, à luz de fontes e da lógica, procurando deixar de lado a mistificação religiosa. Portanto, em frente:
Jesus era Filho de uma Virgem?
Não. Na escrita dos evangelhos, em língua grega, a palavra utilizada para definir Maria, mãe de Jesus, é “parthénos”, que significa “virgem”. Mateus escreve “Ora tudo isto aconteceu, para que se cumprisse o que dissera o Senhor pelo profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho...[5]. E, quando Mateus fala de um “profeta”,  faz referência a Isaías, que escrevera: “Portanto o Senhor mesmo vos dará um sinal; eis que uma donzela conceberá e dará à luz um filho...[6].
O Livro de Isaias, exposto no Museu de Israel.
A questão é que Isaias, que escreveu em hebraico, usou o termo “Almah”, que significa “donzela”, ou jovem em idade de se casar mas não necessariamente intocada sexualmente, enquanto a palavra “virgem”, traduzida para o hebraico, escreve-se “Bethulah[7]. Assim sendo, quando Mateus escreveu seu evangelho em grego, mencionando o profeta Isaias, escolheu a palavra errada para traduzir a referência à mulher que conceberia o prometido. E, por fim, a profecia nem fazia referência à Jesus, mas ao Filho do Homem, a vir no final dos tempos, conforme descrito no Capítulo 12 do Apocalipse.
Isso sem contar as várias passagens nas quais são feitas referências aos irmãos de Jesus, inclusive por Flávio Josefo.[4]
Nos seis primeiros séculos do cristianismo não havia consenso em torno do assunto. As vozes discordantes só foram silenciadas a partir do ano 649 d.C., quando o Concílio Ecumênico do Latrão criou o dogma da virgindade perpétua de Maria, no qual a Igreja passou a considerar que ela era virgem antes, durante e depois da concepção de Jesus?!
The first seven Ecumenical Councils. Século XIX.
Vê-se, portanto, que somente por volta de 600 anos depois de sua morte, homens reuniram-se e decidiram que Maria jamais teve uma relação sexual.
Jesus nasceu em 25 de Dezembro do Ano Zero?
Não. 25 de Dezembro é tempo de inverno na Judeia, o que contrasta com a afirmação de Lucas de que “... pastores que estavam no campo, e guardavam, durante as vigílias da noite, o seu rebanho.”. É muito difícil encontrar pasto para as ovelhas no inverno, de modo que, encontrar os pastores no campo seria uma tarefa penosa em 25 de dezembro do tempo de Augusto. Para não dizer, impossível.
Jerusalem coberta de neve no inverno. Imagem: Nahost Schnee Jerusalem.
A escolha desta data para o Natal remonta a séculos depois, nos anos 350 d.C., por determinação do Papa Júlio I. O feriado surgiu por ordem do Imperador Justiniano, em 329 d.C., substituindo a festa “Dies Natalis Solis Invicti”, ou “Aniversário do Sol Invicto”, celebração pagã. João Paulo II admitiu a discrepância de datas em 1993[8].
Sobre o chamado Ano 0, até a Igreja Católica, na pessoa do conservador Papa Bento XVI[9], reconheceu que Jesus nasceu antes do chamado ano 0, ou Anno Domini.
A fixação do Anno Domini foi feita, de forma errada, por Dionísio, o Exíguo[10]. Considerando-se que Jesus nasceu durante o reinado de Herodes, O Grande, e que este morreu em 4 a.C., Jesus só pode ter nascido, no mínimo, 4 anos antes do que a cristandade prega.[11]
E os registros históricos mostram que o recenseamento da população por ordem do Imperador Augusto, que teria obrigado a viagem de José e Maria (grávida) a Belém, ocorreu, muito provavelmente, em 8 a.C., considerando que Augusto ordenou essas contagens em 3 ocasiões, em 28 e 8 a.C. e 14 d.C[12].
Jesus foi crucificado onde hoje fica a Igreja do Santo Sepulcro?
Quase com certeza não. O local da  Igreja do Santo Sepulcro foi estabelecido por Helena de Constantinopla, mãe do Imperador Constantino, em 325 d.C., durante sua estada na Palestina. O local “encontrado” em nada se parecia com uma caveira, apenas tinha uma plataforma que lembrava vagamente o topo de um crânio. 
Reconstituição da colina apontada por Helena como sendo o Gólgota visto do Palácio de Herodes. James Tissot (French, 1836-1902).
Charles George Gordon[13], porém, nos parece mais digno de crédito. No século XIX ele descobriu um local, perto do Portão de Damasco, no qual buracos na rocha formam o desenho de uma caveira, por isso mesmo chamado pela população de “olhos da caveira”. Considerando que os evangelhos denominam o Gólgota como Lugar da Caveira, as imagens são muito sugestivas.
O "Local da Caveira". Golgotha Hill, Garden Tomb, East Jerusalem.
Taken with Nikon D100, Jerusalem 03/2005 by Wayne McLean


Jerusalem. Damascus Gate section. Clo - Date Created/Published: [1931] - Library of Congress
É dever mencionar, porém, que Shimon Gibson, arqueólogo israelense[14], descarta o local baseado no fato de que o sepulcro próximo é bem anterior ao novo, que Jose de Arimatéia teria escavado, segundo os evangelhos.
Jesus ressuscitou dos Mortos em Carne e Osso?
Não. Considerando que Maria Madalena, Apóstolos e Discípulos estiveram frente a frente com Ele e não o reconheceram, é impossível que tenha ressuscitado com o mesmo corpo. O leitor coloque-se na mesma situação de Madalena, por exemplo. Alguém que ama mais que tudo morre na sexta-feira. No domingo o leitor vai ao cemitério e vê seu túmulo aberto, sem o corpo. Se, de repente, a pessoa querida aparece em sua frente, como é possível que não a reconheça de imediato? 
Jesus e Madalena - Noli me tangere by Anton Raphael Mengs
Certamente Madalena viu Jesus, mas em sua forma Astral e não em carne e osso. Carne e osso não atravessam paredes e nem sobem aos céus. Atribuir tais arbitrariedades a Deus ou Jesus é o mesmo que dizer que ambos subvertem as leis da Física. Mas por que Deus subverteria as leis perfeitas que Ele mesmo criou? Com qual finalidade? Convencer aos Apóstolos e Discípulos? Eles que, aliás, já estavam plenamente convencidos? Desnecessário.
Conclusão
Este artigo, certamente, incomodou os mais tradicionalistas e pessoas acostumadas a não questionar dogmas e ensinamentos comumente aceitos. Mas essa não é a prática que se espera de quem busca o Reino de Deus. As questões abordadas acima já geraram grandes discussões, inclusive disputas mortais. A pergunta que fazemos é: o que isso importa diante da missão de Jesus? De Sua Mensagem? Qual a importância espiritual dessas controvérsias?
Jesus não veio à Terra para que a humanidade ficasse discutindo quando e onde nasceu, se Sua mãe era virgem ou não, onde morreu e foi sepultado, se é certo comer carne ou peixe na sexta-feira, etc. Jesus veio para trazer uma Mensagem, diretamente de Deus: amar ao próximo como a si mesmo.
Bem refletido, fica patente que o conturbado mundo de hoje não precisa mais do que isso. Convém refletir: qual o problema, individual ou coletivo, que incomoda o ser humano de hoje, que não seria solucionado se ambos os lados da contenda tivessem em mente essa sentença: “amar ao próximo como a si mesmo.”? Em outras palavras, fazer ao outro apenas aquilo que queremos que o outro faça para nós?
Essa é a reflexão que cumpre a cada um fazer. E, para auxiliar, indicamos um tema que possui muito mais relevância espiritual, e sobre o qual poucos refletem:
Jesus vai voltar?
Não. Jesus não vai voltar.
Absurdo! Quem disse isso?
O próprio Jesus!
O Mestre jamais disse textualmente que voltaria, antes, porém, disse claramente que não o faria:
Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei. Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado, porque não crêem em mim; da justiça, porque vou para o Pai, e não me vereis mais.  (João 16:7-10).
Como nunca vi isso antes? Quem, então, virá, segundo Jesus?
Não Ele próprio, mas um segundo Filho, enviado por Deus, vindo de Deus, conforme o Evangelho de João: “Quando vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade, que do Pai procede, esse dará testemunho de mim;” (João 15:26).
Para saber mais, sugerimos o link abaixo:
http://destinoereflexoes.blogspot.com.br/2013/07/jesus-cristo-voltara.html
Reconstituição da Jerusalem antiga. O Templo de Herodes e a Torre Antônia (construção com 4 torres, anexa ao Templo), onde Jesus foi julgado por Pilatos.

Fontes e Imagens:
[1]    Flávio Josefo, ou apenas Josefo (em latim: Flavius Josephus; 37 ou 38 — ca. 100 ), também conhecido pelo seu nome hebraico Yosef ben Mattityahu (יוסף בן מתתיהו, "José, filho de Matias [Matias é variante de Mateus]") e, após se tornar um cidadão romano, como Tito Flávio Josefo (latim: Titus Flavius Josephus), foi um historiador e apologista judaico-romano, descendente de uma linhagem de importantes sacerdotes e reis, que registrou in loco a destruição de Jerusalém, em 70 d.C., pelas tropas do imperador romano Vespasiano, comandadas por seu filho Tito, futuro imperador. As obras de Josefo fornecem um importante panorama do judaísmo no século I.
Suas duas obras mais importantes são Guerra dos Judeus (c. 75) e Antiguidades Judaicas (c. 94). O primeiro é fonte primária para o estudo da revolta judaica contra Roma (66-70), enquanto o segundo conta a história do mundo sob uma perspectiva judaica. Estas obras fornecem informações valiosas sobre a sociedade judaica da época, bem como sobre o período que viu a separação definitiva do cristianismo do judaísmo e as origens da Dinastia Flaviana, que reinaria de 69 a 96.
CONTEÚDO aberto. In: Wikipédia: a enciclopédia livre. Disp.: http://pt.wikipedia.org/wiki/Fl%C3%A1vio_Josefo
[2]    Marcelo Berti citando:
GEISLER, Norman, Não tenho fé suficiente para ser ateu – Vida, 2006, pp.227
Disp.: http://marceloberti.wordpress.com/2011/04/29/josefo-e-a-historicidade-de-cristo/ - Acesso: 16/04/14
[3]    Marcelo Berti citando:
BLOOM, Harold, Jesus e Javé, os nomes divinos – Objetiva, 2006, pp.31
Disp.: http://marceloberti.wordpress.com/2011/04/29/josefo-e-a-historicidade-de-cristo/ - Acesso: 16/04/14
[4]    Marcelo Berti citando:
GEISLER, Norman, Enciclopédia de Apologética – Vida 2002, pp.449
Disp.: http://marceloberti.wordpress.com/2011/04/29/josefo-e-a-historicidade-de-cristo/ - Acesso: 16/04/14
[5]    Mateus 1:22-23 - http://pt.wikisource.org/wiki/Tradu%C3%A7%C3%A3o_Brasileira_da_B%C3%ADblia/Mateus/I#1:23
[6]    Isaías 7:14 - http://pt.wikisource.org/wiki/Tradu%C3%A7%C3%A3o_Brasileira_da_B%C3%ADblia/Isa%C3%ADas/VII#7:14
[7]    Eduardo G. Junior. “Almah” e “Bethulah” — Qual o Significado Original em Hebraico?
Disp.: http://porquenaocreio.blogspot.com.br/2011/10/almah-e-betulah-qual-o-significado.html - 16/04/14
[8]    http://www.paralerepensar.com.br/josevalgode_aorigemdonatal.htm
[9]    http://www.telegraph.co.uk/news/religion/the-pope/9693576/Jesus-was-born-years-earlier-than-thought-claims-Pope.html
[10]  Dionísio Exíguo (Cítia Menor, c. 470 — c. 544), também conhecido por Dionísio o Exíguo ou por Dionysius Exiguus (ou seja Dionísio o Menor, significando o Humilde), foi um monge do século VI, nascido na Cítia Menor, no que é actualmente a região de Dobruja, Roménia, membro da chamada comunidade dos monges da Cítia em Roma, versado em matemática e em astronomia, que se celebrizou pela criação de um conjunto de tabelas para calcular a data da Páscoa, levando à introdução do conceito de anno Domini, o ano do Senhor, a contagem dos anos a partir do nascimento de Cristo, ainda em uso e hodiernamente em geral referida como era comum ou Era Cristã. Vivendo em Roma desde cerca do ano 500, era um dos sábios da Cúria Vaticana, na qual traduziu da língua grega para a latina 401 cânones eclesiásticos, incluindo os cânones apostólicos e os decretos do Primeiro Concílio de Niceia, do Primeiro Concílio de Constantinopla, dos Concílio de Calcedónia e do Concílio de Sardes. CONTEÚDO aberto. In: Wikipédia: a enciclopédia livre. Disp.: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dion%C3%ADsio,_o_Ex%C3%ADguo
[11]  CONTEÚDO aberto. In: Wikipédia: a enciclopédia livre. Disp.: http://pt.wikipedia.org/wiki/Anno_Domini
[12]  Dom Estêvão Bettencourt. O Recenseamento sob César Augusto e Quirino (Lc 2, 1-5).
Disp.: http://www.pr.gonet.biz/kb_read.php?num=515 – 17/04/2014
[13]  Major-General Charles George Gordon, CB (Woolwich, Londres, 28 de janeiro de 1833 — Cartum, Sudão, 26 de janeiro de 1885), também conhecido como Gordon Paxá ou Gordon "Chinês", foi um oficial do exército britânico. É lembrado por suas bem-sucedidas campanhas na China e na África.
CONTEÚDO aberto. In: Wikipédia: a enciclopédia livre. Disp.: http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_George_Gordon

[14]  CONTEÚDO aberto. In: Wikipédia: a enciclopédia livre. Disp.: http://pt.wikipedia.org/wiki/Calv%C3%A1rio
http://www.abitoffthetop.com/slider/2932/
http://saldangelo.blogspot.com.br/2010_09_01_archive.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Ecumenical_Councils.jpg
http://dw.de/p/17Gxh
http://luirig.altervista.org/naturaitaliana/viewpics.php?title=Air+views+of+Palestine.+Jerusalem+from+the+air+%28the+Old+City%29...
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Mengs,_Noli_me_tangere_-_Madrid.jpg
http://www.bible-history.com/jerusalem/firstcenturyjerusalem_aerial_view.html



O PUTSCH DA CERVEJARIA
A Alemanha pós Grande Guerra
Após a Primeira Guerra Mundial, e a derrota que teve um gosto amargo, principalmente por conta das obrigações impostas pelo Tratado de Versalhes, setores políticos moderados assumiram o poder na Alemanha e constituíram um governo social-democrata, instalado na cidade de Weimar.
Este foi o período que ficou conhecido como República de Weimar, com um governo democrático, liberal e parlamentarista no qual o Presidente era eleito para um mandato de 07 anos, mas a chefia do governo cabia a um Chanceler, referendado pelo Parlamento. Vários partidos eram reconhecidos e disputavam o poder.
A crise social do pós-guerra porém, aos poucos foi minando a confiança da população nas instituições democráticas e na capacidade do novo sistema de governo em oferecer soluções.
Tal crise levou ao radicalismo pois, se de um lado a aristocracia rural e os grandes industriais eram os mais beneficiados pelo novo sistema, do outro camponeses e trabalhadores eram prejudicados, tornando-se massa de manobra para o radicalismo de esquerda ou de direita.
Na extrema direita desse espectro político estava um pequeno mas crescente grupo de ex combatentes descontentes. Radicais, antissemitas, anticomunistas, defensores de um estado totalitário e comandados por um cabo austríaco, herói de guerra condecorado, eloquente, estranho e possuidor de um suposto carisma que a muitos conquistava e a outros causava repulsa: Adolf Hitler.
O Golpe de Munique, ou Putsch de Munique, ou ainda Putsch da Cervejaria, foi pensado como o primeiro passo para a tomada do poder no país inteiro, ou seja, seria derrubado o governo da Baviera (cuja capital era Munique) e então, dali, partiria a Marcha para Berlim, onde os golpistas instalariam o poder central dominando todo país.
Hitler - Erich von Ludendorff - Gustav Ritter von Kahr
O planejamento de Hitler usava a participação de Erich von Ludendorff (General Alemão, herói da Batalha de Tannenberg e comandante do exército ao final da Grande Guerra) como chamariz de apoio ao golpe, no que foi inicialmente bem sucedido.
A princípio, em ambiente de grande agitação política e social na Baviera, Hitler angariou o apoio de Gustav Ritter von Kahr, Comissário de Estado nomeado pelo Primeiro Ministro da Baviera Eugen von Knilling, que decretou Lei Marcial. Esses atos tornaram Gustav Ritter von Kahr o governante de fato, junto com o Chefe de Polícia Hans Ritter von Seisser e o Oficial do Exército na Baviera Otto Hermann von Lossow.
Mas, na noite de 08/11/1923, quando os nazistas invadiram uma reunião na Cervejaria Burgebräukeller, Kahr e seus companheiros recuaram do apoio ao golpe e acabaram presos por ordem de Hitler que decidiu seguir com o plano de tomar o governo da Baviera mesmo assim.
Contudo, o General Ludendorff, sem o conhecimento de Hitler, ordenou a libertação dos presos que se comprometeram a não interferir. Promessa de políticos, pois assim que foram soltos, passaram a organizar o contra golpe.
Na manhã de 09/11/1923, quando Hitler e muitos nazistas partiram da cervejaria para derrubar o governo bávaro, foram interrompidos à bala pela resistência militar.
Hitler fugiu e se escondeu, mas acabou preso depois, Ludendorff foi ferido e dezesseis nazistas foram mortos.
Mas, o que poderia ser uma derrota definitiva, transformou-se em triunfo pela complacência dos juízes que julgaram Hitler. Fazendo a própria defesa, ele conseguiu convencer a justiça a condená-lo por breves cinco anos, dos quais só cumpriu nove meses, sendo tratado com regalias na Prisão de Landsberg. Lá ele refez seus planos e escreveu sua autobiografia Mein Kampf, que viria a se tornar a Bíblia dos nazistas.
Como se vê, com apoio da justiça, os golpes acabam dando certo. A desgraça da conta, porém, só é cobrada depois. Do povo, é claro...



Fontes e Imagens:














SETE DE SETEMBRO
INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
Quando as movimentações separatistas começaram, a princesa escreveu ao seu pai, o Imperador da Áustria, que no Brasil “...todos os dias há novas cenas de revolta; os verdadeiros brasileiros são cabeças boas e tranquilas; as tropas portuguesas estão animadas pelo pior espírito, e meu esposo […] não dá exemplo de firmeza...” (pg. 163)
Essa indecisão de D. Pedro, que chegou a se entusiasmar com a ordem de retornar a Portugal, começou a mudar em fins de 1821, mostrando a crescente influência dos irmãos Andrada, e resultando no Dia do Fico (09/01/1822).

Dia do Fico
A partir de então os acontecimentos foram se precipitando com a ordem de retenção de todas as determinações vindas de Portugal até a vistoria de D. Pedro (21/01/1822), a não admissão de oficiais portugueses no beija-mão do aniversário da princesa (22/01) e a partida do regente para o Sul em março.
Em 13/08/1822, a fim de viajar para pacificar a província de São Paulo, D. Pedro nomeou Leopoldina presidente dos negócios do governo. Este curto período serviu para estreitar a colaboração da princesa com José Bonifácio de Andrada, com quem compartilhava “...ideias monárquicas e liberalismo moderado […] ideia do Brasil relativamente independente...” (pg. 178)
Infelizmente, 15 dias após deixar o Rio de Janeiro, D. Pedro conheceu a mulher que destruiria seu casamento e seu governo: Domitila de Castro.
Alheia a mais uma traição, Leopoldina escrevia constantemente sem receber resposta do marido. Estava preocupada, em especial com o desembarque de 600 homens chegados em embarcações militares na Bahia.
Sob a ameaça de ataque que pairava sobre a capital, o Conselho de Estado foi reunido em 02/09/1822 e decidiu, por sugestão de Bonifácio e aprovação unânime de todos os membros, escrever ao regente rogando-lhe a proclamação da independência.


Reunião do Conselho de Estado no qual a Independência de fato foi decidida.
O documento foi assinado e, junto com ele, seguiram cartas de Leopoldina e Bonifácio. D. Pedro as recebeu por volta das 16hs do dia 07 de setembro de 1822, às margens do Riacho Ipiranga.
Segundo Laurentino Gomes (1822), "...do ponto de vista formal, a Independência foi feita por Leopoldina e Bonifácio, cabendo ao príncipe apenas o papel teatral de proclamá-la na colina do Ipiranga.
Ali o príncipe leu também uma carta de seu pai, o Rei D. João VI, que o conclamava a obedecer às cortes de Lisboa, e outra do Cônsul-Geral da Grã-Bretanha, informando que havia a possibilidade de que fosse destituído em favor do irmão Miguel, “...medida extrema que, ao que parece, contava com o aval de […] Metternich...” (pg. 182)
A carta de Leopoldina, que segundo Cassotti, tocou profundamente o orgulho masculino do marido, terminava com uma daquelas frases capazes de inflamar ainda hoje qualquer coração minimamente patriota:
O Brasil será em vossas mãos um grande país. O Brasil vos quer para seu monarca. Com vosso apoio ou sem vosso apoio, ele fará sua separação. O pomo está maduro, colheio-o já, senão apodrecerá […] Já dissestes aqui o que ireis fazer em São Paulo. Fazei, pois. (pg. 183)

Ao vacilante Pedro só cabia um caminho e ele, sob o peso das Irradiações da Pureza de um daqueles raros momentos em que se percebe a roda da História girar, proclamou a nossa Independência, cumprindo, assim, sua missão. Nascia então, por pressão da princesa Austríaca e de vários outros, o Brasil!
Apesar de importar pouco, é sabido que aquele momento histórico não foi como representado por Pedro Américo no famoso quadro "O Grito do Ipiranga".
D. Pedro não montava o belo cavalo branco, mas uma boa mula baia. A viagem, de Santos a São Paulo, resultaria em roupas amarrotadas e sujas de lama, sem contar as constantes paradas por conta do desarranjo intestinal do príncipe.
O testemunho presencial do Padre Belchior, que leu as cartas para D. Pedro, conta que este tremeu de raiva, tomou-lhe os papéis das mãos, amassou e pisou. Perguntada sua opinião, Belchior sugeriu a proclamação da independência como único caminho.
O Padre conta que D. Pedro parou depois, ainda desmontado no meio da estrada, e declarou, conforme descreve Laurentino Gomes (1822):
Padre Belchior, eles o querem, eles terão a sua conta. As cortes me perseguem, chamam-me com desprezo de rapazinho e de brasileiro. Pois verão agora quanto vale o rapazinho. De hoje em diante estão quebradas as nossas relações. Nada mais quero com o governo português e proclamo o Brasil, para sempre, separado de Portugal.


Assim, este momento Histórico da primeira declaração do príncipe não incluiu o famoso grito “Independência ou Morte!” e nem estavam ao redor dele os soldados.
A frase célebre só seria proferida depois, já na presença dos Dragões da Independência quando, depois de retirar de seu chapéu os símbolos de Portugal e atirá-los ao chão, D. Pedro gritou “E viva o Brasil livre e independente!”, acrescentando, só então e logo após “Será nossa divisa de ora em diante: Independência ou Morte!
O gesto histórico da Proclamação da Independência foi jubilosamente aclamado pelo povo, agora brasileiro, mas foi mal visto na maioria das cortes europeias, em especial na Áustria, impressão que Leopoldina tratou logo de combater, em cartas escritas ao pai.
Coroação de D. Pedro I - Leopoldina está no alto à esquerda.
Quando D. Pedro foi coroado Imperador, D. Leopoldina estava à sua frente, vestindo “...um longo manto de cetim verde e amarelo bordado de ouro...”, ocupando um lugar de destaque que, certamente, fizera por merecer.

1Marsilio Cassotti. A biografia íntima de Leopoldina: a imperatriz que conseguiu a independência do Brasil. São Paulo: Planeta, 2015

2GOMES, Laurentino. 1822: como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil, um país que tinha tudo para dar errado. – Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010.


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CATORZE DE JULHO
REVOLUÇÃO FRANCESA
No ano de 1789, no dia 14, o povo da França executava o roubo de 30 mil fuzis do arsenal francês e tomava a Bastilha, prisão símbolo do regime absolutista francês.
Após o reinado de Luis XIV, o poder absoluto do rei foi sendo descentralizado e cada vez mais os burgueses assumiam cargos antes exclusivos da nobreza que, contudo, ainda vivia no luxo e no fausto.
Os cofres do país estavam vazios por conta das guerras contra a Inglaterra, Rússia e Prússia e do apoio à Independência dos EUA.
A seca de 1785, a fome de 1788 e a disparada dos preços em 1789 levaram o povo à revolta.
Artesãos e operários realizaram greves, os camponeses se revoltaram e o exército, fraco, não podia combatê-los de forma eficaz.
Com a situação econômica se deteriorando, os bancos se recusaram a emprestar dinheiro ao governo.
Quando este tentou diminuir os privilégios da nobreza, o parlamento e a assembléia de notáveis convocada pelo rei vetaram todas as tentativas.
A solução foi a convocação dos Estados Gerais, uma assembléia especial na qual as classes sociais da França expressavam sua opinião.
Ao longo da História a Nobreza e o Clero sempre votavam unidos, derrotando a Burguesia por 2x1. Só que desta vez os burgueses se uniram ao povo para pressionar pelo voto direto e não delegado.
Com isso a burguesia, que pôde contar com os votos dos nobres e clérigos descontentes, venceu a votação, transformando os Estados Gerais em Assembléia Nacional Constituinte (ANC).
Na iminência de perder o poder, o Rei Luis XVI enviou tropas para cercar a Assembléia, mas era tarde. O povo, em revolta, apoio a ANC e invadiu os arsenais, roubando os fuzis com que tomou a Bastilha.
Ainda demoraria muito, custaria muito sangue e cabeças, inclusive as do Rei Luis XVI e de sua esposa, Maria Antonieta, mas a revolução triunfaria na França.


Fonte e Imagens:


http://reino-de-clio.com.br/Hist-Geral.html

 

 

 

 



AUSCHWITZ I
PRECURSOR DO INFERNO
Em um final de semana como este, em 1940, era inaugurado o Campo de Concentração de Auschwitz I.
Quando ouço a palavra Auschwitz logo vem à mente a imagem daquela construção longa, de telhado alto, com trilhos de trem na frente. É uma imagem que ficou ainda mais marcante para quem assistiu ao filme "A Lista de Schindler”, de Steven Spielberg. O diretor americano apresenta o lugar como sendo muito mais sombrio que o campo onde viviam os judeus de Schindler. E deveria ser mesmo...
Mas aquele lugar sinistro não é o Campo de Concentração. Aquela é a entrada do Campo Auschwitz II - Birkenau, o campo de extermínio.
Auschwitz I é onde fica o infame portão com a frase “Arbeit Macht Frei” (O trabalho liberta) e surgiu como campo de concentração funcionando depois mais como a administração de todo o imenso complexo de três campos e das outras dezenas de campos auxiliares.
Mas que o leitor não se engane. Morreu muita gente em Auschwitz I...
As construções iniciais do campo, que fica na localidade polonesa de Oświęcim, tinham servido de alojamento para a artilharia do exército e foram escolhidas para abrigar novo campo, diante da superlotação que já se registrava nas demais instalações espalhadas pela Polônia e Alemanha.
A reforma foi ordenada por Heinrich Himmler em 27 de abril de 1940 e a supervisão das obras coube ao Obersturmbannführer Rudolf Höss, que acabou se tornando o primeiro comandante do novo campo.
Rudolf Höss, prestes a ir ao encontro do chefe...
Após o despejo de todos os moradores das redondezas, foi criada uma área de 40 km2 que fornecia muito espaço para ampliação das instalações e, ao mesmo tempo, isolamento das vilas e cidades mais próximas. Os nazistas não queriam que ninguém soubesse o que aconteceria naquele local...
Os primeiros escravos a trabalhar em Auschwitz foram alemães, trazidos do Campo de Concentração de Sachsenhausen, o primeiro dos campos construído na Alemanha “para confinar ou liquidar em massa opositores políticos, judeus, ciganos, homossexuais, Testemunhas de Jeová, e, posteriormente, milhares de prisioneiros de guerra.1 Sua tarefa era servir como funcionários dentro do complexo.
Os primeiros ocupantes de Auschwitz como prisioneiros trazidos para confinamento foram 728 poloneses, 20 dos quais judeus, que chegaram em junho. Menos de um ano depois, em março de 1941, a quantidade de ocupantes já chegava a 10.900 pessoas, a maioria poloneses.
Dentro do sistema, cada prisioneiro era marcado em suas roupas segundo sua origem. Criminosos comuns recebiam a cor verde, presos políticos recebiam a cor vermelha e a cor amarela era destinada aos judeus.
Estes, junto com os prisioneiros soviéticos, recebiam os piores tratamentos.
Os prisioneiros tinham que trabalhar, geralmente nas fábricas de armas adjacentes. O trabalho era extenuante e a única “folga” era nos dias de Domingo, quando os escravos deveriam se dedicar a limpeza.
Uma das fábricas próximas a Auschwitz.
Para os desobedientes, fugitivos recapturados e suspeitos de sabotagem havia o Bloco 11, considerado a prisão da prisão, que possuia celas de 1,5 m² nas quais quatro prisioneiros eram colocados juntos e onde passavam a noite em pé, o que era um terrível castigo.
Algumas celas do Bloco 11.
Mas estes castigos não eram piores do que aqueles aplicados aos que eram enviados ao porão do Bloco 11, onde ficavam sem água nem comida até que morressem de fome e/ou sede. Outros eram colocados em celas vedadas, na qual morriam asfixiados.
Neste porão foi conduzida a primeira experiência de extermínio com o famigerado gás Zyclon B. 
Latas de Zyclon B, que vinha em forma de pedrinhas que se dissolviam no ar, liberando o gás mortal.
Seiscentos prisioneiros soviéticos e cento e cinquenta poloneses foram trancados por ordem do subcomandante SS-Hauptsturmführer Karl Fritzsch e expostos ao gás, vindo a morrer.
O “êxito” da experiência fez com que uma área maior fosse adaptada para ampliar a eficiência, e um crematório foi construído. 
Acima a câmara de gás de Auschwitz e abaixo o crematório.


Cerca de 60 mil pessoas morreram nas novas instalações até que foi convertida em bunker para a SS.
O leitor não estranhe esse número. Lembre-se que estamos falando de Auschwitz I, que era um Campo de Concentração. O campo de extermínio ainda seria implantado.
A despeito disso, e como foi visto, Auschwitz I foi embrião para a indústria da morte nazista em muitos aspectos. E não foi o trabalho que libertou os prisioneiros, foi o Exército Vermelho da União Soviética.
1https://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_de_concentra%C3%A7%C3%A3o_de_Sachsenhausen 





BATALHA DE KURSK
Em um dia 05/07, no ano de 1943, começava a maior batalha de tanques da História, a Batalha de Kursk, ocorrida após a terrível derrota alemã em Stalingrado.
De um lado as temíveis divisões Panzer da Wehrmacht, comandadas por Erich von Manstein, Kurt Zeitzler, Hermann Hoth e Walther Model. Eles estavam à frente de 38 divisões, a maioria blindada e dispunham de 780.900 homens e 2.928 tanques.
Do lado soviético, os comandantes Georgy Jukov, Nikolai Vatutin, Konstantin Rokossovsky e Ivan Koniev, que tinham ao dispor 1.910.361 homens e 5.128 tanques.
Tal disparidade de material bélico entre as duas forças demonstram o quanto desgastado já estava o Exército Alemão após Stalingrado e como a URSS podia mobilizar uma avalanche inesgotável de homens e material, uma produção que a Alemanha Nazista, mesmo com todos os escravos que possuía, não conseguia igualar.
A tática de Stalin de desmontar e transferir para o interior longínquo do país fábricas inteiras, surtiu o efeito desejado de retirá-las do alcance alemão e manter a produção em alta, diferente das fábricas do III Reich, que sofriam com os bombardeios aéreos e não tinham para onde mudar.
A posição do Japão de não atacar a URSS pelo Leste também prejudicou os planos de Hitler, pois permitiu que Stalin trouxesse várias divisões que estavam estacionadas na Sibéria para lutar em Stalingrado, Kursk e em todas as batalhas seguintes.
Depois de perder o VI Exército inteiro em Stalingrado, os alemães planejaram formar uma linha defensiva para barrar o avanço soviético enquanto recuperavam suas próprias forças. 
O Comandante Erich von Manstein, que cortara o contra ataque soviético em Kharkov, sugeriu uma ofensiva em direção a Ucrânia, mas Hitler optou por atacar Kursk, de onde poderia dominar uma linha férrea para Moscou.
Esses planos, porém, seriam o oposto da célebre tática da Blitzkrieg, que previa ataque de surpresa, rápido e maciço. A mobilização alemã, porém, deixou óbvio seu destino de ataque. E, para além da obviedade, a despeito de ter sido marcado para 04 de maio, só foi ocorrer dois meses depois.
Do ponto de vista soviético os planos alemães eram tão óbvios que eles só se convenceram de que o alvo nazista era mesmo Kursk após receberem confirmação através de um espião que estava na Suíça. Então passaram a fortificar a área de forma maciça.
Na noite de 04 para 05 de julho os alemães iniciaram ataques preliminares e os soviéticos responderam com suas 20 mil peças de artilharia.
Já no dia 05 de julho a Força Aérea Soviética iniciou ataque contra as bases da Luftwaffe para ganhar a supremacia aérea, tática que aprenderam com os alemães. Essa batalha aérea durou horas e os alemães conseguiram manter o equilíbrio. Mas essa iniciativa soviética vinha provar que não haveria surpresas naqueles dias.
O avanço alemão nos dias subseqüentes só obteve mais sucesso ao Sul, pois no centro e ao Norte foram barrados pela resistência e as medidas defensivas soviéticas e as perdas foram grandes de ambos os lados pois as forças aéreas não apoiavam o suficiente uma vez que os pilotos não conseguiam enxergar o solo envolto em poeira, fogo e fumaça, os comandantes não tinham controle em tempo real sobre as tropas e os confrontos partiam mais de iniciativas isoladas das unidades de combate.

A despeito disso os alemães acabaram se saindo melhor no quesito baixas, no entanto o ritmo daquele avanço inicial ficou muito aquém do planejado.
No entanto, com a invasão aliada na Sicília em 11 de Julho, Hitler decidiu deslocar tropas e a situação alemã decaiu. Os ataques diminuíram, o que  permitiu ao Exército Vermelho um tempo de para recuperação.

Em agosto os soviéticos começaram a avançar e os alemães a recuar. Em 20/08 o recuo alemão se transformou em retirada e no dia 23 de agosto de 1943 terminava a Batalha de Kursk.

Os soviéticos venceram com perdas muito maiores: 863.000 mortos, feridos, desaparecidos ou capturados, 6.064 armas pesadas e tanque destruídos ou seriamente avariados, entre 1.626 e 1.961 aeronaves perdidas e 5.244 canhões perdidos.
Os alemães perderam com perdas bem menores: 198.000 mortos, feridos ou desaparecidos, 760 armas pesadas e tanque destruídos e 681 aeronaves perdidas. A diferença é que os soviéticos tinham uma capacidade de reposição quase ilimitada, como já foi dito, e os alemães não.

Destacamos três conseqüências fundamentais da Batalha de Kursk. A primeira é que, pela primeira vez, o Exército Vermelho reconquistou territórios no verão e sem ajuda do “General Inverno”.
A segunda é que a derrota tirou dos alemães a capacidade de tomar a iniciativa, passando a constantes recuos até Berlim menos de dois anos  depois.
E a terceira e mais importante: enquanto Hitler, desconfiado da capacidade militar de seus generais, passou a assumir cada vez mais o comando direto das tropas. Do lado soviético, porém, Stalin percebeu a imensa habilidade de seus principais generais, afastando-se do planejamento militar.
Essas duas decisões opostas revelaram-se históricas e catastróficas para as forças armadas do III Reich.
Nossa homenagem a todos os guerreiros que lutaram e tombaram nos campos de Kursk. Que possam ter encontrado a paz que certamente desejaram.


Fontes e Imagens:
https://br.sputniknews.com/portuguese.ruvr.ru/2013_08_22/batalha-de-kursk-um-combate-de-titas-da-segunda-guerra-mundial-2313/
http://brasilescola.uol.com.br/historiag/batalha-kursk.htm
https://seuhistory.com/hoje-na-historia/chega-ao-fim-maior-batalha-de-tanques-da-historia
https://gazetarussa.com.br/arte/2013/07/12/batalha_de_kursk_atraves_dos_olhos_de_quem_presenciou_tudo_20401
http://www.historiailustrada.com.br/2014/08/a-maior-batalha-de-tanques-da-historia.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_Kursk

https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Battle_of_Kursk?uselang=pt

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DIA INTERNACIONAL DA MULHER – A HISTÓRIA
Assim como em todas as lutas sociais, o Dia Internacional da Mulher foi uma conquista paulatina, que avançou através da força de mobilizações pela busca de direitos básicos dentro da sociedade após muita controvérsia.
Há, por exemplo, dois incêndios e muitas mortes na suposta escolha desta data, 08 de março, como o Dia Internacional da Mulher, um deles falso, o outro verdadeiro e nenhum deles a real origem.
Em 08/03/1857, na cidade de New York, um grupo de trabalhadoras ocupou a fábrica onde trabalhavam 16hs por dia recebendo 1/3 do salário dos homens. O protesto pedia a redução da jornada quase escravocrata. O dono da fábrica, então, teria ordenado que esta fosse trancada e incendiada com as trabalhadoras dentro, ocasionando a morte de 130 delas.1 Este relato é um mito.
O incêndio verdadeiro ocorreu em 25/03/1911, na mesma New York, na fábrica têxtil de nome Triangle Shirtwaist Company e “...vitimou 146 pessoas, sendo 125 mulheres e 21 homens.2. A fábrica estava trancada com os empregados dentro, mas não havia manifestação no momento e o incêndio não foi proposital. 
O incêndio da Triangle.
A luta das mulheres por um tratamento menos desumano ocorria desde o século anterior e já em maio de 1908 um dia dedicado a elas foi celebrado nos EUA. Em 28/02/1909 uma grande mobilização grevista parou cerca de 500 fábricas no Dia da Mulher, organizado pelo Partido Socialista da América.
No ano seguinte foi realizada, em Copenhagen – Dinamarca, a II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, no contexto da Segunda Internacional Socialista e lá decidiu-se, por meio da proposta apresentada por Clara Zetkin, instituir uma data anual com "...objetivo era honrar as lutas femininas e, assim, obter suporte para instituir o sufrágio universal em diversas nações" 3 A data escolhida foi o dia 19 de março, que chegou a ser celebrado no ano seguinte em alguns países. 
Clara Zetkin e Alexandra Kollontai
A data 08 de março, porém, só teve seu momento histórico sete anos depois, durante a I Guerra Mundial, quando um grupo de mulheres da Rússia organizou um protesto contra a participação do país no conflito, contra o Csar Nicolau II e contra as péssimas condições de vida em geral.
Esse acontecimento levou à Revolução de Fevereiro e à abdicação de Nicolau II, pois as tropas do governo passaram a se recusar a reprimir as manifestações. Assim, foram as mulheres que deram o impulso definitivo que girou a roda da História na Rússia Csarista. 
Alexandra Kollontai propôs, e Lenin aceitou, oficializar a data após a Revolução de modo que ela tornou-se oficial em vários países da esfera de influência da URSS.
No ocidente, embora tenham ocorrido celebrações na década de 20, a data foi pouco lembrada até ser resgatada pelo movimento feminista dos anos 60. Mas foi somente em 1975 que celebrou-se o Ano Internacional da Mulher e, a partir de então, o Dia Internacional da Mulher em 08 de março.4
O Reino de Clio parabeniza a todas as mulheres nesta sua data de muitas lutas, importantes conquistas e muita, muita História! 
1http://www.portaldafamilia.org/datas/diadamulher/origem8demarco.shtml
2http://brasilescola.uol.com.br/datas-comemorativas/dia-da-mulher.htm
3https://novaescola.org.br/conteudo/301/por-que-8-de-marco-e-o-dia-internacional-da-mulher
4http://www.un.org/en/events/womensday/history.shtml


Fontes e Imagens:
http://www.un.org/en/events/womensday/history.shtml
http://brasilescola.uol.com.br/datas-comemorativas/dia-da-mulher.htm
https://novaescola.org.br/conteudo/301/por-que-8-de-marco-e-o-dia-internacional-da-mulher
https://pt.wikipedia.org/wiki/Inc%C3%AAndio_na_f%C3%A1brica_da_Triangle_Shirtwaist
https://pt.wikipedia.org/wiki/Alexandra_Kollontai
https://pt.wikipedia.org/wiki/Clara_Zetkin
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_de_Fevereiro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_Internacional_da_Mulher

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DEZEMBRO – MÊS DE NAPOLEÃO
Napoleão nasceu em 15 de agosto, mas Dezembro parece ter sido seu mês de sorte. Dizemos isso porque dois de seus momentos mais gloriosos ocorreram neste mês.
Em 10/11/1799 começava seu governo, chamado de Consulado, uma forma de a burguesia consolidar as conquistas da Revolução Francesa através de uma figura popular que eles acreditavam poder controlar.
Nos dias atuais, Napoleão seria italiano, pois nasceu na cidade de Ajaccio, Ilha da Córsega. Mas naquele 15/08/1769 a ilha pertencia à França, de modo que nasceu francês, filho do advogado Carlo Buonaparte e Maria Letícia Ramolino.
Aos 10 anos o menino Napoleão já era aluno da academia militar, onde se destacava em Matemática, Geografia e História. Em 1784, aos 15 anos, já estudava na Academia Militar de Paris, onde também se destacou.
Subiu na carreira após conhecer Robespierre e servir à Revolução Francesa, alcançando o posto de mais jovem general da França.
Suas vitórias militares o tornaram muito popular, a ponto de ser escolhido para governar nos moldes da República de Roma, como um Cônsul.
Assumindo o posto, o Cônsul Napoleão realizou um trabalho fabuloso: organizou o sistema de impostos, fundou o Banco da França, promulgou o novo Código Civil, assinou a Concordata com a Igreja Católica, organizou a educação, dinamizou o comércio interno e externo e implantou um programa de obras públicas que gerou emprego e renda para a população na construção de estradas, modernização de portos, drenagem de pântanos, etc.
Quando, cinco anos depois (1804), foi convocado um plebiscito, Napoleão recebeu apoio maciço do povo para se tornar Imperador, o que ocorreu no dia 02/12/1804.
Naquela ocasião, que teve lugar na Catedral de Notre-Dame, o próprio Papa Pio VII se fez presente para coroar o casal imperial francês. Mas Napoleão, em um gesto político sem precedentes, tomou a coroa das mãos do Pontífice e coroou a si mesmo, mostrando que seu reinado não dependia do apoio de Roma.
Quando a influência francesa passou a ser vista como ameaça, as principais monarquias europeias formaram coligações para combater a França e, neste contexto, Napoleão obteve, também em um 02/12, uma das mais espetaculares vitórias militares de todos os tempos.
Corria o ano de 1805 e os impérios inglês, russo e austríaco formaram a Terceira Coligação, para atacar a França.
Napoleão transferiu seu exército, chamado de Grand Armée, do Canal da Mancha para as margens do Rio Reno, que atravessou. Entre agosto e novembro Napoleão invadiu a Áustria e tomou Viena, capturando vasto equipamento militar inimigo.
Mas a distância da França tornava o abastecimento das tropas muito difícil e o tempo era adversário dos franceses, de modo que Napoleão precisava forçar um combate decisivo, o que os adversários obviamente evitavam.
Napoleão, então, colocou em prática um plano para enganar os aliados mostrando fraqueza, incentivando-os a atacá-lo. Ele dividiu suas tropas, escondeu a maior parte delas, deixando a menor parte exposta aos olhos dos espiões.
Enviou emissário aos adversários manifestando desejo de evitar a batalha e aceitou rapidamente uma proposta de paz feita pelos derrotados austríacos. Não satisfeito, simulou uma retirada desorganizada de Austerlitz, que havia conquistado recentemente, e ainda recebeu emissário do Imperador Russo, simulando ansiedade e nervosismo.
Com tantas demonstrações de fraqueza, logo quase todos os comandantes da Terceira Coligação estavam convictos de que o momento de acabar com o francês era aquele mesmo. Nunca estiveram tão enganados...
A Batalha de Austerlitz ocorreu perto da atual cidade de Brno, na República Tcheca, território que fazia parte do Império Austríaco. Napoleão tinha 72 mil soldados e 157 canhões, enquanto os aliados tinham 85 mil soldados e 318 canhões.
O plano adotado pelos aliados consistia em atacar primeiro o lado direito das tropas francesas, por considerarem esse lado mais fraco, o que de fato era, mas uma fraqueza simulada por Napoleão para enganá-los, pois quando fosse atacado, seu lado direito seria reforçado por tropas vindas de Viena.
Ele também imaginou, corretamente, que o ataque ao seu lado direito seria maciço, o que deixaria o flanco e o centro das tropas adversárias desprotegidos e seria ali que ele iria desferir o ataque com suas tropas escondidas.
Na manhã de 02/12/1805, fazendo exatamente como o Imperador francês previra, os aliados atacaram o lado direito das forças francesas, que recuaram mas resistiram. E quando o centro das linhas aliadas menos esperavam, o ataque francês se abateu sobre eles.
A partir deste momento, Napoleão foi meticulosamente distribuindo suas forças em direção aos setores chave da batalha, aniquilando um a um. Vitória da França!
Restos desta batalha ainda podem ser vistos hoje por quem visita Paris. A Coluna de Vendôme, na praça de mesmo nome, foi feita com o ferro derretido dos canhões capturados pela Grand Armée em Austerlitz.




















COMEÇA O II CONCÍLIO DE NICEIA
O Segundo Concílio de Niceia (atual Iznik - Turquia), que começou em 24 de setembro de 787 d.C. e terminou em 23 de outubro do mesmo ano, foi o 7º Concílio Ecumênico da Igreja Cristã.
Concílios Ecumênicos eram ocasiões em que se reuniam todos os bispos da igreja para discutir e decidir questões relativas à doutrina e à disciplina dentro da igreja.
No caso em tela, o encontro foi convocado por uma questão doutrinária: discutir e abolir ou não a proibição da adoração de imagens de santos.
A adoração de ícones tinha sido proibida a partir do Concílio de Hieria (realizado em 754 d.C. em Hieria, a atual Fenerbahçe-Turquia) e da ação dos Imperadores Leão III, Constantino V e Leão IV.
A destruição de imagens por Leão III
Mas o Concílio de Hieria não contara com a participação dos bispos do Ocidente e nem de qualquer patriarca, de modo que não foi aceito e desqualificado trinta anos depois, quando Tarásio, Patriarca de Constantinopla, assumiu seu posto e demonstrou interesse em uma reaproximação com a Igreja do Ocidente.
A igreja onde foi realizado o Concílio
A convocação do Concílio ocorreu após a morte de Leão IV pois sua esposa, Irene, tornou-se regente por conta da pouca idade do herdeiro do trono, Constantino VI. Irene desejava a volta da adoração de imagens.
Tarásio, com apoio de Irene, convocou o concílio que contaria com a presença do Papa Adriano I.
O encontro começou em Constantinopla, mas distúrbios fizeram com que fosse transferido para Niceia. Ao final, a adoração de imagens foi restabelecida.
Interior da igreja em Niceia-Iznik
O Segundo Concílio de Niceia contou com a participação de 350 pessoas, sendo 308 bispos ou seus representantes. Na cidade ocorreram sete seções e o fragilíssimo embasamento bíblico da decisão de permitir a adoração de imagens foi dado “...a partir das passagens bíblicas de Êxodo 25:19, Números 7:89, Hebreus 9:5, Ezequiel 41:18 e Gênesis 31:34.”

Fontes e Imagens:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Segundo_Conc%C3%ADlio_de_Niceia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Conc%C3%ADlio_de_Hieria
https://en.wikipedia.org/wiki/Second_Council_of_Nicaea





RODRIGO BÓRGIA É ELEITO PAPA!
Em um 11 de agosto, do ano de 1492, portanto dois meses antes da chegada de Colombo à América, terminava o Conclave que elegeu o futuro Papa Alexandre VI.

O novo Papa, nascido Rodrigo de Borja, nascera em 01 de janeiro de 1431 em Valência, Espanha e era sobrinho do Papa Calixto III que, na longa tradição de beneficiar a família através do papado, encaminhou a carreira do jovem Rodrigo.


Não que o rapaz fosse incompetente, pois se formara em Leis na Universidade de Bolonha, mas, com ajuda do tio Papa, foi elevado de bispo a Cardeal e Vice-Chanceler da Igreja tendo servido a nada menos que cinco Papas.
Com a nomeação cardinalícia, Rodrigo entrou na linha de sucessão do trono de Pedro.
Em um tempo em que o voto de celibato não era exatamente o mais respeitado entre os clérigos, Rodrigo teve muitas amantes, duas delas famosas, Vanozza Catarei e Giulia Farnese, além de sete a oito filhos aos quais beneficiou de todas as formas possíveis dentro do alcance de seu cargo.

Giulia e Vanozza

A eleição, realizada na Capela Sistina, obra do Papa Sisto VI, contou com outros dois candidatos além de Rodrigo: Ascânio Sforza e Giuliano della Rovere.
E, na melhor tradição dos conclaves da época, o espírito que inspirou o votos do Colégio Cardinalício era dourado como ouro!
Rodrigo Bórgia usou sua fortuna para doar grandes somas de dinheiro e terras aos eleitores e também negociou os principais cargos da Igreja para seduzi-los, além da cessão de bispados, arcebispados e dioceses que rendiam muito dinheiro para quem os comandasse.
Uma vez no posto tratou de nomear quase todos os homens da família como cardeais e acumular para seus filhos postos e fontes de riqueza.
As mulheres também não escaparam de casamentos arranjados no interesse do poder familiar, sendo o exemplo mais eloquente a bela Lucrécia Bórgia, mal afamada filha do Papa.

Lucrécia

Naturalmente a oposição das tradicionais famiglias italianas foi ferrenha, mas contornada com ouro, casamentos, acordos dos mais diversos e até mesmo o veneno ou o punhal.
Girolamo Savonarola, que alcançou grande prestígio com suas pregações moralistas em Florença, acabou desacreditado e enforcado.
O que não impediu que o próprio Papa sofresse diversas tentativas de morte e perdesse um de seus filhos, Pedro, assassinado, com as suspeitas recaindo sobre o irmão Césare Bórgia, aquele a quem Maquiavel considerava exemplo de príncipe.

Césare Bórgia

Quando o Papa Bórgia, Alexandre VI morreu, suspeita-se que envenenado, a Césare também coube a honra da suspeita.
Vale mencionar ainda que foi durante o papado de Alexandre VI que foram assinados a Bula Inter Caetera e o Tratado de Tordesilhas, dividindo o Novo Mundo entre Portugal e Espanha.

Tratado de Tordesilhas






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